SALVADOR – SÃO LUÍS
ACONTECEU
Parti de Salvador em 01/11/2018 com destino a São Luís. Trajeto de 1.429 quilômetros medidos no odômetro da moto. Foram 55,33 litros de combustível, o que totalizou R$ 267,09 em dinheiro. Cheguei em São Luís em 03/11/2018, num sábado.
Minha
mulher foi de avião, chegou no final da tarde, mas eu cheguei antes.
A
MOTO
XRE
300 da Honda – Impecável. Se comportou muito bem. É excelente
para qualquer terreno, asfalto ou estrada de barro, encarando os
buracos com tranquilidade. A suspensão robusta fez a diferença em
todo o percurso.
Troquei
óleo e filtro antes de partir e lá em São Luís. A diferença de
preço: aqui R$ 81,00, lá R$ 152.00.
O
consumo variou muito. Como eu estava acostumado com a NC 700 que
fazia uma média de 25 km/l na estrada, estabeleci minha programação
com base nesse consumo, mas a XRE faz 30 km/l na cidade, então
pensei que poderia usar essa lógica para grandes trajetos. Ledo
engano. No primeiro dia a moto fez 16 km/l, numa média de velocidade
de 120 km/h. No segundo dia eu andei mais devagar, fazendo uma média
de 20 km/l e no terceiro dia permaneci nessa mesma média.
A
moto não corre. Atinge no máximo 128 km/h, isso na velocidade do
GPS que é a verdadeira. Se você puxar mesmo ela bebe direitinho.
Mas consegue deixar pra trás o Corsa, Uno (inclusive o Vivace) e o
Celta. Alguns Pálios também não alcançam. Dá para ultrapassar
aquelas carretas triplas na boa, basta ter espaço.
Mantive
a lubrificação da corrente em todas as paradas, alternando com
Mobil e uma graxa spray da Motul. Funciona.
O
TRAJETO – AS ESTRADAS
Somente
vou descrever a ida, porque a volta não foi muito diferente e basta
multiplicar por dois.
No
primeiro dia saí de Salvador e fiz a primeira parada em Riachão do
Jacuípe, depois segui para Senhor do Bomfim e de lá Juazeiro e
Petrolina, esta última em Pernambuco, onde dormi. No segundo dia foi
mais puxado (como sempre). Saí de Petrolina/PE e parei em
Paulistana, já no Piauí, depois segui para Inhuma/PI e finalmente
Teresina/PI, onde dormi. Neste segundo dia foram 649 Km de viagem.
No
terceiro dia eu saí de Teresina/PI, parei em Peritoró/MA, depois
Bacabeira/BA e finalmente São Luís.
As
estradas foram a BR 324, BR 407, BR 316 e BR 135. Não peguei nenhuma
estadual. Os trechos até o final do Piauí estão bons, mas entrando
no Maranhão o bicho pega. Você precia escolher o buraco menor pra
cair. A BR 135 está em péssimo estado, além de mais de 120 Km de
buracos, um trecho que está um pouco melhor não tem acostamento ou
o acostamento é de cascalho.
Não
há placas no Estado do Maranhão e poucas no Piauí. Sabe aquelas
placas dizendo tal município a tantos quilômetros, ou simplesmente
a placa com o nome do município em que você está passando? Não
tem. Você fica sabendo se parar para perguntar ou se aparecer no
GPS, ou pelas placas dos comerciantes locais que associam seus
estabelecimentos ao nome do lugar.
Outra
coisa curiosa, no Maranhão das cidades do interior eles fazem os
cemitérios na beira da estrada, quase no acostamento. Eu nunca tinha
visto isso.
NOTAS
TRISTES
Seca,
muita miséria mesmo, entre a Bahia e uma parte do Maranhão. A
partir de uns 130 Km dentro do Maranhão você já começa a perceber
a mudança na vegetação, já percebe sinais de chuvas periódicas,
mas dentro da Bahia, na região de Senhor do Bomfim, Valente,
entrando pelo Piauí só galhos secos.
Dezenas
de raposas, gambás, teiús, cobras e outros pequenos animais mortos
pelas estradas, vítimas de atropelamento. Nas propriedades se vê as
carcaças de gado mortas pela fome. Não foram vítimas de atropelo,
está distantes da estrada, morreram de fome mesmo. Não há o que
comer. Leitos de rios secos, lagoas secas, casas abandonadas. De
algumas delas retiraram as partes de madeira, portas, janelas.
Ausência total do governo.
Somados aos 24.811,8 KM totalizei com essa viagem 26.240,8 Km RODADOS DE MOTO PELO BRASIL.